O jornal Estadão teve acesso neste domingo, 25, a telegramas trocados entre o Palácio do Itamaraty e diversas embaixadas do Brasil ao redor do mundo, expondo as preocupações de países que pretendem participar da 30ª Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), em Belém.
Segundo o jornal, lideranças de China, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e Noruega têm expressado ao governo brasileiro temores sobre a infraestrutura para receber as comitivas oficiais e representantes da sociedade civil. Ao Estadão, a Embaixada norueguesa no Brasil disse que poderá até reduzir o tamanho da sua delegação.
Os telegramas foram trocados entre janeiro e abril, e a principal preocupação das embaixadas é em relação às hospedagens e os preços elevados.
Diretora-geral de política europeia e internacional do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Eva Kracht “manifestou preocupações quanto aos aspectos logísticos em Belém”, diz telegrama à embaixada do Brasil em Berlim, de janeiro.
Já o diretor do Departamento de Energia e Clima da Federação das Indústrias Alemãs, Carsten Rolle, mostrou receio com a falta de esclarecimentos sobre logística “particularmente em termos de hospedagem”.
A embaixada do Brasil em Pequim registrou em telegrama que representantes do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China questionaram uma série de pontos sobre a infraestrutura na COP-30.
Sem surpresas, é mais um ataque ao protagonismo de Belém na COP-30. Soluções para as preocupações estão sendo articuladas, como as plataformas para hospedagens e hotéis alternativos, como os navios. Porém, insiste-se em publicizar as problemáticas para descredibilizar o evento e a importância de uma sede amazônica.
Créditos da imagem: Agência Pará.