A morte de Belém (obituário - 1616-2023)

03/12/2023 07:04
A morte de Belém (obituário - 1616-2023)
Ela foi a Metrópole da Amazônia
O intendente a fez “Paris n’América”
Ele mandou plantar as sementes
que um dia a transformaria 
na Cidade das Mangueiras
Ela virou a “Terra do Já Teve (...)
E a gente a enterra por vergonha”.

(trecho de marchinha fúnebre cantada
 no seu desterro pelas ruas da cidade)


Belém morreu. S. M. de Belém do Grão-Pará partiu serena e sofrida após mais de quatro séculos de uma existência marcada pela fé do seu povo e fartura da sua fauna e flora. 

Sim, foi uma vida de altos e baixos, desde a chegada do navegador português em 12 de janeiro de 1616 até a data magna do seu fim, 28 de novembro de 2023. 

Fundada numa terça, seu destino escolheu que perecesse no mesmo dia da semana, aos 407 anos, 10 meses e XVI dias. 

Uma partida longa, lenta, dolorosa, melancólica, triste e envergonhada. Soberana amazônica, sua agonia a inseriu na categoria das que tiveram um final tal qual o crepúsculo dos deuses.  

A cidade agonizava na UTI do descaso desde a alvorada do século XXI. 

Após a rentrée e atuação desastrosa do sectário e ausente Ed Potoca Emirates das Arábias, em 2021, ela foi de mal a pior. 

E com as revelações sobre a última bazófia do cidadão, na terça-feira da sua partida, a cabôca não resistiu e já não está mais entre nós.

A causa foi confirmada: alguns dos detalhes da viagem dourada do alcaide e da sua senhora rumo a Dubai para comparecer à COP 28 foram os derradeiros responsáveis pela queda daquela que, tal qual mulher direita e o Botafogo, tinha passado.

A notícia do óbito se espalhou como rastilho de pólvora pelos seus quatro cantos. 

Idosa, a histórica capital não resistiu, teve morte cerebral e perda encefálica. Cerebral porque era (pessimamente) administrada, pelo visto, por descerebrados. 

Perdas encefálicas, em razão da massa de pagadores de IPTU, ISS, ICMS, IR, entre outros impostos, taxas, contribuições e que tais, que tiveram de adentrar, com as cabeças esfareladas, aos superlotados prontos socorros que acharam pela frente.

Tal moradores que possuem planos de saúde, eles chegavam aos locais carregados por seus familiares e amigos ou prestadores de serviços de táxi, uber, milícias e outros grupos paramilitares. 

Há relatos de pânico nos PSMs e demais unidades de saúde da Cidade Velha aos vizinhos Ananindeua e Marituba

Apurações revelaram que, assistir nas TVs as imagens do luxo e dos preços das poltronas das suas excelências enquanto a cidade encontra-se em petição de miséria foi demais para milhares de belenenses. 

Foram apurados casos de ataques de cólera, ódio, indignação, fadiga, depressão, cansaço, entre outras patologias.

 Anarco Liberais e enlutados gerais, 99% das milhões de pessoas que juraram vingança nas próximas eleições de 2024, ao invés de depredações e desordem, se muniram de vassouras, flanelas, detergentes, baldes d’água e outros artefatos e saíram de preto pela cidade limpando, chorando, caminhando e cantando. 

O clima de velório varreu Belém de ponta a ponta. 

Sabia-se que a quadri centenária cidade mãe dos amazônidas raiz era amada por seu povo, mas as milhares manifestações de pesar e tristeza surpreendem o mundo e tornam a atmosfera ainda mais triste.

Nas Arábias, o deslumbrado e aéreo alcaide Potoca Emirates disse sentir-se em casa.

Ao ser questionado se também era um dos milhões de órfãos, tal qual a consternação geral do lado de cá do deserto e oceano, Ed afirmou que isso era coisa de burguês.

E prosseguiu dizendo que ele, em nome da prefeitura, estava ali aburguesado, porém defendendo a revolução e Belém da Palestina.

“Belém das novas ideias está vivinha da silva”, falou e mais não disse, picando a mula de turbante e muito colorido (dourados reluzentes) de mãos dadas com o seu amor pela COP afora.  

Pândego, recusou proposta de voltar para o enterro da capital, afirmando que de órfão já basta o Psol nas próximas eleições locais.

Ed Deboche Escárnio Potoca Emirates das Arábias está se achando. 

Depois de revelados os excessos, ele faz de tudo para manter escondido o local da hospedagem do casal.

Supõe-se que pode ter se instalado num resort 13 estrelas, porque num de 50, segundo fontes do seu partido na CMB, o número do Psol, ia dar ainda mais na cara… do povo no caso…  

A viagem digna de marajá, caudilho cubano, deslumbrado sulamericano, cínico provinciano era por si só um escárnio e um despautério.

Com os detalhes sórdidos já revelados, Belém implodiu.

Seu atestado de óbito não poderia ter sido mais realista:

A outrora Metrópole da Amazônia morreu de vergonha.



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