O governador do Pará, Helder Barbalho, escreveu um artigo para o periódico paulista nesta quinta-feira, 14, no qual defendeu o investimento na Amazônia por meio do projeto de venda de carbono no estado.
Segundo o paraense, a falta de alternativa econômica, aliada a um baixo nível de ordenamento fundiário na região, historicamente, levou à destruição da floresta.
Essa realidade, escreveu Helder, vem mudando, dada a enorme reserva de que dispomos para a alocação de investimento em conservação e em restauração de áreas degradadas - atividades cada vez mais valiosas. Isso exigiu uma reorientação conceitual na gestão de ativos ambientais, pois agora é a floresta que traz o investimento direto.
Barbalho anunciou na coluna que no dia 15, durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, o estado do Pará lança o edital de licitação da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX) —uma área pública de 10,3 mil hectares no município de Altamira que foi desmatada. É a primeira concessão florestal brasileira voltada à restauração ecológica, cuja remuneração se dá por meio dos créditos de carbono gerados no próprio reflorestamento.
O vencedor da licitação terá até 40 anos para restaurar a mata nativa. Para isso, deve investir cerca de R$ 258 milhões na instalação e na operação da concessão, ajudando a criar até 2.000 novos empregos.
Calcula-se que cerca de 3,7 milhões de toneladas de carbono equivalente serão sequestradas —quantidade que corresponde a 330 mil voltas de avião ao redor da Terra.
O Pará tem como meta recuperar 5,6 milhões de hectares de florestas estaduais até 2030.
“É só o começo”, finalizou.
Créditos da imagem: Agência Pará.