A arte de transformar virtude em vício
O efeito prático da passagem por Belém da ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, na defesa da fauna e flora amazônicas, leia-se a presença na “Cúpula da Amazônia”, foi nulo. Já a indumentária predadora disposta nos “cocares assassinos” que ela insiste em usar, deu o que falar.
Silêncio ensurdecedor
Deu o que falar, diga-se de passagem, entre acadêmicos, ambientalistas,
cidadãos locais e pesquisadores da fauna amazônica que não frequentam a grei
composta pelos áulicos dos inquilinos do poder, mudos e cúmplices quanto ao uso
e abuso de um artefato cercado de matança por todas as penas.
Ativista ambiental, mas nem tanto
A ministra que se autointitula “ativista ambiental”, ao invés de dar o
exemplo, adota um comportamento que incentiva o sacrifício de araras e garças; tucanos,
papagaios e periquitos. As centenas. Ou milhares.
Cínicos e perdas incalculáveis
Seguindo o péssimo exemplo, imagine-se a quantidade de cínicos que pagam
por traficâncias em busca de adereços
similares ao da ministra, os quais mais adiante irão servir para decorar
ambientes particulares e comporem looks
nas festas dos donos do poder e/ou de dirigentes da teia de ONGs e suas
“pilantropias”, convescotes e maquinações insaciáveis na defesa do
indefensável.
Fancaria e proselitismo
A sustentabilidade de fancaria e o discurso cercado de platitudes dos
prosélitos durante toda a programação local, os mesmos que exploram a floresta
e seus recursos naturais, bem como aqueles advindos das doações dos países
ricos com zero de transparência, compõem o cardápio dos objetivos nefastos da
maioria dessas seitas que estão em Belém.
Pergunta pro Aldo
Aliás, o ex- PCdoB, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de
Lula, Aldo Rebelo, que o diga.
Sustentabilidade zero
Mais uma vez na eterna Pindorama dos povos originários, quem deveria dar o
(bom) exemplo prossegue dando o mau. Guajajara, ao invés de abrir mão do
adereço predador indo direto ao ponto: deixou de usá-los dada a sua manufatura
exigir sacrifício das espécies, os utiliza sempre que possível, parecendo
possuir um para cada aparição pública. E haja matança.
Muito complicado
Suas atitudes, com efeito, implicam no raciocínio pelo respeitável público,
tanto óbvio quanto lógico, de que torna-se demasiado complicado falar na defesa da “maior biodiversidade do planeta”
praticando o assassínio e o sacrifício de aves dóceis e indefesas. Falas
grandiloquentes e gestos deploráveis.
Outro lado
A desídia covarde remete ao raciocínio da imagem de um índio, pajé ou
cacifa das relações de Jair Bolsonaro, que utilizasse uma plêiade de cocares como
os da ministra. Decerto o ex-presidente seria acusado de inimigo número um dos
“adoráveis” pássaros locais, levados ao quase extermínio pelos aliados do
genocida. E tome processos e proselitismo. Fácil.
Ontem eram as baleias
A descontrolada caça às baleias quase as leva à extinção. A desculpa até
então era de que as gigantes dos mares e oceanos faziam parte da dieta
alimentar japonesa exportada para o Ocidente.
Autoridades
E agora, por que as autoridades constituídas se calam diante da matança? O que
pensa Marina Silva sobre isso? E o Ibama? O ICMbio? As ONGs? Por acaso alguém
come papagaio, arara, garça ou tucano? Covardia. Hipocrisia.
Fora dos armários
A vida contemporânea normatizou a caça aos ursos. Deve-se muito a isso o
aspecto frívolo e mundano atribuído à utilização da pele da espécie dos
caniformes em casacos de vison e alta
costura. Some-se o atenuante das superpopulações em regiões mais frias, e do
quão agressivo são os animais, dos mais hostis aos seres humanos.
Indefesos
Aí vem a ministra entupida de penas de várias espécies falar em marco
temporal, sustentabilidade, direitos das populações originárias e, pior, num
cinismo de corar anêmico, afirmar que os índios são a solução para a emergência
climática.
Novidade zero
Para completar a pantomina, sua excelência garantiu que todas as discussões presentes nos "Diálogos
Amazônicos", evento que precedeu a Cúpula da Amazônia, bem como aquelas que acontecerem na programação da reunião principal, vão ser incorporadas no
documento final COP 30, em 2025. Até aí tudo como dantes no quartel de
Abrantes.
Sônia Guajajara
A líder indígena foi a primeira da etnia a ser eleita
deputada federal por São Paulo, quando obteve mais de 150 mil votos. Sônia
nasceu na terra indígena de Araribóia, no Maranhão, fazendo parte do povo
Guajajara/oTentehar. Ano passado a revista Time a incluiu na lista das 100 pessoas
mais influentes do mundo. Em 2018, ela foi a primeira indígena a compor uma
chapa presidencial concorrendo à vice-presidência pelo PSOL.