Estadão: Barcarena vive sob medo de contaminação de rejeito tóxico pela mineração.

18/12/2024 08:44
Estadão: Barcarena vive sob medo de contaminação de rejeito tóxico pela mineração.

Reportagem do jornal Estadão nesta quinta-feira, 19, expôs a situação de Barcarena, no Pará, como polo de mineração do estado, um dos principais motores do Produto Interno Bruto (PIB) paraense.

No ano passado, segundo a Fundação Amazônia de Estudos e Pesquisas (Fapespa), a produção mineral do Estado rendeu R$ 145 bilhões - 42,3% da produção do País. De 2000 a 2020, representou, em média, 11,5% do PIB paraense.

Ao menos 16 incidentes atribuídos a mineradoras desde 2002 são citados no relatório feito por uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada em 2018 para investigar vazamento de rejeitos da empresa Hydro, que atua na cadeia de alumínio.

A Hydro nega danos ambientais em Barcarena e afirma que as atividades da empresa são devidamente licenciadas, monitoradas e auditadas pelas autoridades competentes. A prefeitura de Barcarena e o Estado dizem monitorar a qualidade da água e as atividades das mineradoras.Segundo o Estadão, moradores que antes tomavam a água retirada de poços subterrâneos sem medo, agora hesitam antes de utilizar o recurso. Ribeirinhos lidam ainda com as redes de pesca vazias.

Uma pesquisa de Simone Pereira, do Laboratório de Química Analítica e Ambiental da Universidade Federal do Pará, identificou pelo menos 20 substâncias tóxicas presentes no cabelo de moradores de Barcarena.

O estudo mostrou, por exemplo, exposição 806% maior ao cromo do que a média de outras cidades. O cromo é um elemento químico cancerígeno, que também está ligado a outros problemas como aumento da pressão arterial, doenças de pele, entre outras.

O estudo conclui que a exposição a esses elementos é mais alta nas populações que vivem próximo às bacias de rejeitos das mineradoras. Um ponto de atenção exposto na pesquisa é que a concentração de níquel, chumbo e zinco é maior na população de até 11 anos, o que, segundo a pesquisa, pode contribuir para o desenvolvimento de doenças associadas à presença de elementos tóxicos.


Para ler a reportagem especial completa, acesse aqui.


Créditos da imagem: Agência Pará.


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