Um grupo internacional de pesquisadores, com destaque para a participação de brasileiros, conseguiu pela primeira vez desvendar o mecanismo físico-químico que explica o complexo sistema de formação de chuvas na Amazônia, com influência no clima global.
A reportagem publicada pelo Estadão, e redigida por Luciana Constantino, da Agência Fapesp, explica que a pesquisa concluiu que a formação de chuvas na região envolve a produção de nanopartículas de aerossóis, descargas elétricas e reações químicas em altitudes elevadas, ocorridas entre a noite e o dia, resultando em uma espécie de “máquina” de aerossóis que vão produzir nuvens.
A pesquisa, publicada no dia 4 de dezembro, na capa da revista Nature, descreve os mecanismos de como o isopreno – um gás liberado pela vegetação por meio de seu metabolismo – é transportado até a camada da atmosfera acima da superfície terrestre próxima da tropopausa durante tempestades noturnas. Uma série de reações químicas desencadeadas com a radiação solar dá origem a uma grande quantidade de aerossóis que formam as nuvens.
Durante a noite, tempestades tropicais sobre a floresta ajudam a transportar gases, como o isopreno, para camadas mais altas por meio de convecção intensa. Semelhante a um aspirador, esse processo é impulsionado por correntes de ar ascendentes, especialmente em regiões com alta umidade e calor acumulado. Os gases se combinam com compostos de nitrogênio provenientes dos relâmpagos na alta atmosfera.
Créditos da imagem: Instituto Nacional de Meteorologia.