O jornal O Globo publicou neste domingo, 24, uma realidade que está afetando comunidades inteiras na Amazônia: a falta da castanha do Pará.
Diante da seca histórica na região em 2024, estima-se que a safra atual seja a pior já registrada.
O resultado deve superar negativamente o período de 2016 a 2017, quando a produção recuou 70% em relação ao biênio anterior, segundo O Globo.
Oito anos depois, o problema se repete e se agrava. Na Terra do Meio, área que abrange três reservas extrativistas - Rio Iriri, Riozinho do Anfrísio e Rio Xingu - entre Altamira e São Félix do Xingu, no Pará, há 322 famílias que dependem da castanha para alimentação e geração de renda. Neste ano, o resultado da safra foi pior do que o esperado.
Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), considerando a média de estiagem em todo o 2024 na Amazônia, 70% dos municípios da região (414 de 591) tiveram um ano de seca. Vários rios foram rebaixados aos menores níveis já vistos, como os principais de Altamira, o Xingu e o Iriri.
A estiagem comprometeu a fisiologia das castanheiras e a reprodução das abelhas, que são as responsáveis por polinizar as flores.
Os ciclos da castanha se repetem a cada três anos, explica Luiz Brasi Filho, gerente da rede Origens Brasil do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), ouvido pelo O Globo. A safra é muito boa no primeiro ano e declina até o terceiro, quando o ciclo se reinicia. O período de 2024 a 2025 já seria o de menor safra neste intervalo, mas não se esperava algo tão ruim.
Créditos da imagem: Agência Brasil.