Termelétricas financiadas pelo BNDES impactam Barcarena, no Pará.

31/03/2025 10:00
Termelétricas financiadas pelo BNDES impactam Barcarena, no Pará.

A Folha de S. Paulo publicou uma reportagem sobre a situação de Barcarena, no Pará, que está sofrendo os prejuízos da instalação de termelétricas movidas por combustíveis fósseis.


Segundo a Folha, a operação de duas termelétricas financiadas com R$ 5,6 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), vai provocar a emissão de gases de efeito estufa a partir da queima do gás natural —necessária à produção de energia— e uma dispersão de poluentes atmosféricos por uma vila amazônica que é uma das mais antigas do Pará.


A previsão é feita nos documentos do licenciamento dos dois empreendimentos, cujas obras estão em curso na área do Porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA), cidade que fica a 40 km de Belém.

As termelétricas foram incluídas no Novo PAC, do governo Lula (PT), como empreendimentos para "transição e segurança energética". A dona dos negócios é a norte-americana New Fortress Energy. O projeto ocorre enquanto o Brasil se prepara para receber a COP 30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que tem na pauta justamente o corte dos combustíveis fósseis.

A primeira usina, Novo Tempo Barcarena, deve começar a operar no próximo semestre. A segunda, Portocem, no segundo semestre de 2026. O gás a ser usado deve ser importado de Nigéria, Catar e Trinidad e Tobago, entre outros países.

A New Fortress afirmou, em nota, que o gás natural polui menos do que carvão —com 50% a menos de emissão de CO2— e óleo combustível –30% a menos– e, por isso, é uma "ponte" na transição para fontes mais limpas de energia.

O funcionamento das termelétricas poderá causar mais impactos na pesca artesanal, ainda que baixos, na visão da empresa responsável.

Os estudos apresentados para o licenciamento afirmam que as termelétricas farão captação e descarte de água no rio Pará. Os canteiros das obras avançam na região portuária, até bem próximo da margem do rio.


Lideranças de comunidades de pescadores e de comunidades quilombolas afirmam que não houve consulta prévia, apesar da previsão de impactos. Os lugares que serão mais impactados, conforme os documentos da licença, são a Vila do Conde, ao sul do porto, e a Vila de Itupanema, ao norte.

Créditos da imagem: Agência BNDES.
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