Como o tarifaço de Trump pode mudar a economia mundial?

26/02/2025 07:30
Como o tarifaço de Trump pode mudar a economia mundial?

O Amazônico noticiou o “tarifaço” que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou sobre a importação do aço e do alumínio, e sobre as incertezas do cenário econômico mundial diante disso.


O Estadão, edição online do periódico O Estado de S. Paulo, publicou nesta quarta-feira, 26, uma matéria assinada por Luciana Dyniewicz e Luiz Guilherme Gerbelli, que refletiu sobre os impactos que a economia mundial pode ter com os decretos de Trump.


Segundo analistas ouvidos pelo Estadão, diante dessas medidas, o “nearshoring” e o “greenshoring” – tendências que vinham se fortalecendo nos últimos anos – devem enfraquecer a partir de agora. “A impressão que dá é que o Trump migrou do America First (EUA primeiro) para o America Only (apenas EUA). Toda essa narrativa de “nearshoring” e “friendshoring” está mais fragilizada”, afirma Mario Mesquita, economista-chefe do banco Itaú.


“Nearshoring” é o movimento em que multinacionais mudam o modo de organização de suas fábricas, transferindo as linhas de produção para próximo do mercado consumidor.


Já o “greenshoring”, é quando empresas desenvolvem cadeias de abastecimento mais sustentáveis e se instalam em localidades propícias para isso. 


Livio Ribeiro, do FGV/Ibre, afirma que, nos Estados Unidos, acabou a “narrativa” de instalar empresas e linhas de produção em locais que têm estruturas menos poluentes. Por outro lado, diz ele, a China pode aproveitar a oportunidade e tentar ocupar esse espaço deixado pelos americanos. Isso faria com que companhias chinesas de energia limpa levassem ainda mais investimentos para países que oferecem oportunidades nessa área, como o Brasil.


Para Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial e membro sênior do think tank Policy Center for the New South, o “greenshoring” vai continuar, apesar das atitudes de Trump contra a descarbonização da economia – apenas em sua primeira semana no poder, o presidente americano eliminou mais de 70 iniciativas de clima e energia verde, segundo análise do jornal Financial Times


Canuto pondera que, sem a participação dos EUA nos esforços pela transição energética, o potencial do “greenshoring” é menor


Além disso, sem voz ativa no cenário internacional, a Organização Mundial do Comércio (OMC) deve seguir debilitada com Trump na Casa Branca. No primeiro mandato do republicano, os Estados Unidos bloquearam a nomeação de juízes para o órgão de apelação da instituição, que funcionava como uma espécie de STF do comércio internacional.


Por fim, Trump ameaçou taxar em 100% os produtos vindos dos países do Brics caso o bloco dê prosseguimento à ideia de abandonar o uso do dólar no comércio exterior. “A ideia de que os países do Brics estão tentando se afastar do dólar, enquanto nós assistimos de braços cruzados, acabou”, escreveu Trump na rede Truth Social, no fim de janeiro. 


Segundo Livio Ribeiro, o principal desafio para a maior adoção dessas moedas não são as ameaças de Trump, mas a disposição dos agentes econômicos para adotá-las. “Uma empresa brasileira que importa, por exemplo, quer dólar, não quer uma alternativa.”



Créditos da imagem: Agência Brasil.




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