A República de um povo ameaçado

Roberta Cartágenes

15/11/2024 17:10
A República de um povo ameaçado

No dia 15 de novembro de 1889, a República brasileira era instituída, deixando para trás um passado monárquico português, e dando as boas-vindas a um novo regime.

A pesquisadora Marialva Barbosa diz que o passado não serve para que aprendamos com os fatos e não o repetirmos. Mas sim, o passado serve para iluminar o presente. É a partir dele que trazemos ideias, fatos, personagens e tudo aquilo que seria importante hoje para refletirmos a mudança. Uma data como hoje, 15 de novembro, nos dá luz sobre como andamos até aqui.

Após 135 anos, o povo brasileiro se deparou com uma ameaça iminente àquilo que é mais raro à República: a democracia. Um ataque à Praça dos Três Poderes em Brasília, um dos símbolos do nosso sistema político, escancarou a fragilidade da República que conhecemos hoje.

A escalada do radicalismo político, evidenciado a partir das eleições de 2018, mas construído desde muito antes, dividiu o país em dois, e, como defendem alguns especialistas, nem uma terceira via seria possível.

Beirando a loucura, o fanatismo político e a veneração a figuras partidárias resultou em eventos que marcaram à história recente: a invasão do 8 de janeiro, debates eleitorais acalorados, que cercam o limite da chacota, candidatos sem propostas, mas com muita ideologia.

Enquanto nos palanques políticos e nas Câmaras a pauta é o poder, o povo apela por melhores condições de trabalho e de vida. A discussão acerca do fim da escala 6x1, que tem como prioridade o bem-estar do trabalhador, iniciou nas redes sociais, e conseguiu espaço na política, de modo raro.

É lamentável ver que, após 135 anos de república, ainda não se tenha firmado uma sociedade onde não é óbvia a necessidade de um trabalhador merecer dois dias de descanso. Será que a economia vai quebrar? Quem se importa se um dia de folga é suficiente? E o empresário?

Lilia Schwarcz, como profunda pesquisadora da história do Brasil, afirma que é preciso qualificar a nossa república para que ela seja mais igualitária e plural. O quanto ainda precisamos andar para isso? 

Viva os 135 anos da República brasileira.


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