Uma amostra da perfuração realizada entre maio e setembro de 2024 na margem sul da Ilha de Marajó, em Bagre, será levada para estudo na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
O estudo é parte de um grande esforço internacional para desvendar o passado remoto da maior floresta tropical do planeta, a Amazônia.
Cada tubo de amostra corresponde a um segmento do poço de perfuração, recheado com sedimentos que foram depositados ali pelo Rio Amazonas num passado distante e recuperados, agora, pelos esforços do Projeto de Perfuração Transamazônica (TADP, em inglês), uma iniciativa internacional envolvendo cientistas de 12 países.
é como se cada um desses segmentos fosse uma cápsula do tempo, contendo os “restos mortais” de tudo que existia na superfície da Amazônia no período em que aqueles sedimentos foram gerados. Com esse material em mãos, é possível extrair uma série de informações sobre como eram o clima, a paisagem e a biodiversidade do bioma naquele determinado momento.
Informações sobre a idade e a origem geográfica dos sedimentos são importantes para mapear como era a malha fluvial da Bacia Amazônica no passado. Essa é outra linha de pesquisa associada ao projeto: entender como eventos geológicos de grande escala (como o soerguimento da Cordilheira dos Andes) moldaram os padrões de drenagem dos rios e outras características fundamentais da geografia amazônica.
Com informações e imagens: Jornal da USP.