Os donos do Brasil não se cansam ou tampouco desistem:
enquanto atrasam o país de se desenvolver, eles pilham, saqueiam e malversam as
contas bananeiras, e que se lixe a opinião pública, se danem os pagadores de
impostos e se lasquem em suas insignificância as pessoas comuns, caso chamemos
pelo nome algumas decisões que eles nos empurram goela abaixo na cara dura.
O plantonista
O caso aterrador em seu absurdo ocorreu
em uma quarta-feira, 20 de dezembro, primeiro dia do plantão do Judiciário, que
entraria em recesso até 06 de janeiro de 2024, quando Dias Toffoli seria o
plantonista.
Descaramento de bilhões
E o que ele decidiu no apagar das luzes de 2023, quando as famílias já se
preparavam para o final de semana do Natal? Simplesmente suspendeu a multa de 10,3 bilhões do
acordo de leniência do grupo J&F
feito após desbaratados os escândalos
bilionários envolvendo a JBS em diversas acusações e desvios por corrupção.
8,5 bi da “new” Odebrecht
Num descaramento que uniu o que resta da
imprensa que presta e agentes públicos com vergonha na cara que se manifestaram
contra essas e outras atitudes monocráticas e estupefacientes do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, o que ele despachou, agora, na
abertura do ano judiciário?
Leniência
Quase tão escandaloso quanto a suspensão
do pagamento da multa pela J&F, cujos advogados afirmaram tê-la repactuado
para 3,5 bilhões, a decisão proferida na primeira semana de fevereiro por Dias
Toffoli em favor da Novonor, a antiga Odebrecht, também suspendendo multa após acordo de leniência, em torno de 8,5
bilhões, repercutiu interna e externamente.
EUA e Suíça
No caso da empresa baiana, o pagamento
era devido aos Estados
Unidos e à Suíça, com vistas a suspender as ações que envolviam a empreiteira e
a Braskem, subsidiária do grupo, aquela mesma do rompimento da mina em Maceió.
PGR e o “benefício incomum”
Sobre a decisão, o
procurador-geral da República, Paulo Gonet, que tenta reverter a situação via
recurso, citou o “benefício incomum” concedido à J&F. O PGR argumentou que
a multa não se refere a decisões emanadas no âmbito da Lava Jato, o que tiraria
da alçada de Toffoli a competência sobre o caso em tela.
Uma nota
Brasília, Marília, São Paulo, a J&F e mais de 1 milhão de advogados
brasileiros sabem que a senhora Dias Toffoli, a doutora Roberta Rangel, é
advogada da J&F no âmbito dos TRFs e do Superior Tribunal de Justiça (STF).
Suspeição I
Diz
o artigo 145 do Código de Processo Civil (CPC) em seu
parágrafo 1º: “Poderá o juiz declarar-se
suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões…”
Suspeição II
Agora
leia o que diz o artigo que o precede, o
144:
“Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo”:
Diz o seu inciso III:
“Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive”;
Parente
Neste
caso, ainda que os cínicos insistam que a advogada Roberta Rangel atua nos
vizinhos TRF e STJ, mas não no STF, fica o registro de que debochar e
subestimar a indignação de quem vê o fruto do seu trabalho virar impostos,
taxas, contribuições e todo o resto, em Brasília, é tão escrachado que se eleva
a condição de espetáculo farsesco e burlesco no país e na capital do carnaval
institucional.
Paroxismo
A crença na impunidade levou Dias Toffoli a peticionar contra a ONG
Transparência Internacional, sob a justificativa de que a instituição seria uma
fundação privada suspeita de se apropriar indevidamente de recursos públicos.
Para o ministro e os seus, por aqui pode estar tudo dominado…
Respostas e impunidade
Mas
ainda existem homens bons em Berlim… Da cidade sede da Transparência
Internacional, a organização emitiu uma nota pública assinada por seu
presidente, François
Valérian. O documento diz que decisões do
Judiciário brasileiro
“perpetuaram a impunidade generalizada para esquemas de corrupção em grande
escala que afetam vários países”.
Ataque direto
François Valérian afirmou também que a decisão do brasileiro representa um
ataque direto ao combate à corrupção, destacando o papel crucial do trabalho da
Transparência Internacional no Brasil, no sentido de fiscalizar o poder público
nacional.
Intimidação não
“Não seremos intimidados e o nosso
compromisso de nos manifestarmos contra a corrupção permanece firme”, diz a
nota. A decisão de mandar investigar a Transparência Internacional,
coincidência ou não, parece derivar da nota que a organização emitiu após a decisão
de Toffoli em favor da J&F.
Acusações falsas
Sobre a
investigação de Toffoli, a Transparência Internacional já emitiu nota
esclarecendo que são falsas as informações de que valores recuperados através
de acordos de leniência seriam recebidos ou gerenciados pela organização.
Lula voltou
Cristiano Zanin e
Flávio Dino no STF. Ricardo Lewandowski ministro da Justiça (ex-advogado relâmpago da J&F). Odebrecht, ops, Novonor, J&F, outras empreiteiras, dezenas de
empresários e executivos tentando desfazer acordos de leniência e delações premiadas,
pedindo até dinheiro de volta; Dallagnol cassado, Moro no corredor polonês, e
você ainda duvida que Lula voltou?
Lulofolha
Na calada da
noite de domingo, 04 de fevereiro, foi publicada extensa matéria na Folha online assinada pela
repórter Carolina Linhares. O tema foi a péssima avaliação popular da gestão Edmilson Rodrigues
“fustigar” a candidatura de Guilherme Boulos à prefeitura de São Paulo.
Ed Contágio
O texto cita como “marcas” do
seu mandato atual, greves de assistentes sociais, professores e médicos; falhas
na coleta do lixo, fogo amigo, inquérito contra sua esposa, entre outras mazelas que o
tornam o pior prefeito de capital do país. A reportagem cita ainda a
Carnaval no Brasil
Enquanto isso,
começam as celebrações do carnaval 2024 nos quatro cantos do Brasil, além das
fronteiras dos grandes centros da folia, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Por
ora, Toffoli, Ed Potoca e tutti quanti
seguem pulando, pintando, espantando e bordando, enquanto a folia anestesia a
malta. Sobre a sina alienante, a coisa aqui piora bastante.
Carnaval em Belém
Com exceção da “Aldeia Cabana”, os festejos de Momo deixam a pobre Cidade
Velha em petição de miséria. A cada edição da festa momesca por lá, o que se vê
é o bairro histórico que deveria ser tratado como joia arquitetônica, cultural
e histórica, virar uma sucursal periférica de Sodoma e Gomorra, para desespero
dos seus moradores. Fui!