Uma semana para ficar na memória dos que ainda têm esperanças de um dia o Brasil ter a chance de dar certo.
Dias memoráveis ao menos para os paraenses que valem a pena, que se emocionam pela virtude alheia. Um dia para também ser glorificado pela gente que crê em milagres.
Tal qual aquela manhã de 08 de setembro de 2022, esta semana é inesquecível especialmente para, além do próprio homenageado e seus familiares, as famílias e as pessoas salvas por José Cardoso Lemos naquele dia.
Na segunda-feira, 27 de novembro de 2023, em Londres, na Inglaterra, ocorreu a cerimônia anual da Organização Marítima Internacional (IMO) por Bravura Excepcional no Mar, considerada uma das premiações de maior prestígio para a comunidade marítima mundial.
Para gáudio paraense, um dos agraciados com o “Certificado de Louvor", por seu ato de bravura, foi o nosso conterrâneo José.
Seu feito foi resgatar com vida trinta e cinco pessoas de uma embarcação, a “Dona Lourdes”, que naufragou nas proximidades “da sua casa”, a ilha de Cotijuba.
Filho de pescador, José começou a prática ainda quando criança, aos 12 anos. Homem simples dotado de nobres valores morais, diante da situação extrema com a qual se deparou, ele desempenhou bravamente virtudes que devem ser de um marinheiro.
Gratidão
Além da simplicidade e modéstia, outro traço da personalidade de José é a sua permanente gratidão aos que o aplaudem, ajudam ou apoiam. Tal qual seu reconhecimento à Marinha do Brasil durante a premiação.
“Eu nunca pensei que um dia sairia do País para receber um prêmio por ter feito o que achava certo, por ajudar as pessoas. Agradeço à Marinha por ter ajudado nesse reconhecimento”, disse.
A Sociedade Amigos da Marinha no Pará é outra instituição que apoia e reconhece José como um verdadeiro herói. Foram seus dirigentes e associados que providenciaram o enxoval que possibilitou seu comparecimento à cerimônia.
Heroísmo admirável
O que torna a ação de José Cardoso Lemos ainda mais admirável é o fato do pescador ser um homem com sequelas motoras que causaram a perda de 50% dos movimentos do lado esquerdo do seu corpo, após sofrer um acidente de trabalho que o obrigara a permanecer por mais de um mês em coma em uma UTI.
Outra nobre tomada de decisão sua foi jogar para fora do barco o máximo de equipamentos de trabalho, como forma de conseguir mais espaços para as vítimas do naufrágio.
Entre o prejuízo financeiro e as vidas humanas, o pescador não hesitou um segundo sobre por quem optaria.
Ao ser questionado se faria tudo de novo, este homem notável em sua bravura sempre afirma que sim. “Não sou um herói, apenas um homem comum que fez o que achava certo”, disse em sua genuína humildade.
Resgate
Eram umas 8 horas da manhã daquele 08/09/22, quando José iniciaria mais um jornada de trabalho com seu filho e sobrinho, momento em que fora foi avisado sobre o naufrágio do “Dona Lourdes”, próximo de onde estava.
Imediatamente José desatracou o seu barco e seguiu em direção ao local do acidente. Eram cerca de 80 pessoas gritando por socorro, a maioria idosas. José começou de imediato o resgate.
Ele disse que, na esperança de flutuar, as pessoas estavam amontoadas em bóias grandes ou agarradas aos assentos. Numa bóia tinham dezesseis pessoas e noutra, segundo ele, cerca de vinte e três”.
Como forma de abrigar o máximo de pessoas que podia, José jogou todo o seu equipamento de pesca na água e precisou fazer duas viagens do local do acidente até a Praia da Saudade, local onde ambulâncias e a própria população estavam prestando os primeiros socorros.
Ele tentou fazer uma terceira viagem, mas, infelizmente, ao retornar para o local do resgate, encontrou o restante das vítimas sem vida.
Ao todo, este grande brasileiro resgatou trinta e cinco pessoas com vida e nove que não resistiram vindo a falecer.
Prêmio
Anualmente, a IMO recebe de seus países e instituições membros, indicações de pessoas que tenham exercido atos de bravura.
Segundo seus organizadores, tais atos de bravura também podem envolver habilidades extraordinárias de navegação em condições muito difíceis ou qualquer outra demonstração de coragem extraordinária.
Graças ao empenho de amigos e admiradores, José Cardoso Lemos era um dos presentes na sede da IMO para receber seu prêmio. Homem simples e reservado, ele estava impecavelmente vestido em um terno sóbrio e adequado para a ocasião, “como manda o figurino”.
Uma das atividades para aumentar a conscientização sobre os temas trabalhados são as premiações relativas às atividades desenvolvidas no setor marítimo internacional.
As "Honras da IMO por Bravura Excepcional no Mar” são concedidas anualmente e foram estabelecidas para proporcionar reconhecimento internacional àqueles que, correndo o risco de perder a própria vida, praticam atos de bravura excepcional, demonstrando extraordinária coragem na tentativa de salvar vidas no mar ou na tentativa de prevenir ou mitigar os danos ao ambiente marinho.
Na edição de 2023, a IMO recebeu 47 indicações de 18 países, uma associação e três Organizações Não Governamentais, todos membros ativos. O Brasil é membro do seu conselho desde 1967.
Depois de análise criteriosa, o Painel de Juízes concordou que em uma das categorias, quatro indicações deveriam receber o Certificado de Louvor por seus atos de bravura.
Os países membros contemplados foram Austrália, Brasil - por José Cardoso Lemos -, China e EUA. Esta é a terceira vez que o Brasil é premiado na IMO. As outras duas aconteceram em 2008 e 2020.
Com informações: Agência Marinha de Notícias - www.marinha.mil.br/agenciadenoticias/
Notas de Rodapé
Enquanto isso em Brasília City, na mesma segunda-feira, 27, dia de glória para o homem e herói José “o gigante de Cotijuba”, Lula “o de filho Garanhuns” joga no “triturador de verdades” instalado abaixo da sua mesa sem botão nuclear vermelho no gabinete presidencial, tudo que seja contrário à Flavio Dino, seu escolhido para o STF.
“Triturada” toda a repercussão negativa sobre as audiências as quais compareceu à dama do tráfico no Ministério da Justiça, ao indicar seu parça e atual titular da pasta para preencher a vaga da ministra aposentada Rosa Weber, o presidente do PT, ops, do Bananão, deixa cristalinas quais as premissas que fundamentaram a indicação.
Sem Rosa, o petista aplicou uma no cravo do “nem aí” para a opinião pública e, dizem as boas línguas do primeiro time do jornalismo brasileiro, na ferradura ele agradara a Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, indicando o procurador-geral eleitoral interino, Paulo Gonet, para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR).
Depois do advogado pessoal Zanin, agora quem vê as portas do STF abertas para si é o “advogado do PT do Lula”. Do Lula presidente e futuro ex. É aguardar e ver para crer.
Para quem fala em “excesso de ativismo do STF e narcisismo de parte dos seus ministros”, aguardemos o paladino forjado no PC do B que vem por aí.