O Amazônico revelou na véspera do feriadão de 07 de setembro que a saúde municipal caminhava para o colapso e a paralisação de serviços essenciais. Antes disso, outras matérias e colunas antecipavam a situação caótica da área e da gestão municipal como um todo.
Dívidas
Dívidas com OSs responsáveis pela contratação de médicos; com cooperativas, fornecedores de insumos; descumprimento de palavra, dança de cadeiras e uma infinidade de situações que beiram o descalabro é o retrato atual da saúde em Belém.
Desordem
As ações ou omissões transformaram a rotina da saúde municipal em um emaranhado de desídia, desrespeito, diletantismo e mandonismo que beiram a anarquia geral, não fosse um único detalhe: o público alvo da desordem é a população de Belém.
Só notícia ruim
Quando o assunto é saúde pública municipal, somente notícias ruins saem na imprensa local. E praticamente todas tratam da situação caótica generalizada, como a paralisação dos atendimentos nas UPAs.
Sindmepa
O Sindicato dos Médicos do Pará faz declaração formal por meio de nota, na qual afirma que a paralisação vai continuar em razão da falta de credibilidade da Sesma quanto ao cumprimento dos contratos e os pagamentos às OSs.
Milhares de vítimas
A justificativa para a instalação de UPAs seria, entre outras, aproximar um serviço humanizado da saúde nas áreas identificadas como prioritárias, bem como desafogar o sistema nos PSMs, mesmos locais para onde estão sendo encaminhados todos que procuram as unidades paralisadas.
Vidas em jogo
Ainda que a Sesma emita nota atrás de nota adiando soluções e procrastinando resultados efetivos, as centenas de milhares de famílias que vivem nos bairros da Marambaia, Terra Firme e Jurunas seguem desamparadas. São vidas em jogo e risco de agravamentos e sequelas dia após dia entre quem mais precisa.
Enquanto isso…
A cadeia de comando segue fazendo de conta que o descalabro não acontece e a Sesma possui um secretário de fato, além de direito, enquanto a rede de intrigas, dança das cadeiras, perseguições e disse-me-disse seguem sua rotina como se não houvesse amanhã ou atualmente não acontecesse uma crise sem precedentes em sua gravidade.
Exoneração
Em meio a onda de péssimas notícias e paralisação de serviços essenciais, na semana passada, a chefe de gabinete do secretário de Saúde, Elisângela Pinto, que recebia um contracheque “pra lá de gordo”, foi exonerada.
Me dê motivos I
O detalhe mundano ou sórdido, como preferirem, revela fonte lotada na Sesma, foi a razão: a exoneração teria sido “de ordem” da esposa do secretário. E mais: seria a segunda pelo mesmo motivo.
Diretora
A primeira vítima teria sido a diretora administrativa-financeira Silvania Lamarão, que em maio deste ano, apenas quinze dias após assumir o cargo, recebeu o cartão vermelho. Agora, para surpresa de todos, a chefe de gabinete foi ceifada do cargo de forma abrupta sem sequer direito a despedidas.
Me dê motivos II
Servidores próximos relatam que a esposa do secretário deu uma "incerta" no gabinete enquanto o titular da secretaria encontrava-se na Fumbel, ao lado do prefeito Edmilson Rodrigues, em meio a apresentação de médicos do “Programa Mais Médicos”, e não gostou do que teria visto e/ou escutado.
Torpe
Torpe ou não, o fato é que a exoneração foi de uma hora para a outra, pegou a todos de surpresa e ninguém entendeu nada, ainda que a senhora Pedro Anaisse fizesse, relata fonte d’O Amazônico, perguntas sobre se havia e quem seriam os indicados, protegidos ou aliados de Elisângela Pinto.
Impróprios
Se verdadeira, a atuação da senhora Pedro Anaisse, além de imprópria seria repulsiva. Todavia, é um retrato acabado do perfil dos responsáveis pelos destinos da saúde pública da capital no universo de milhares de cidadãos e cidadãs.
Quem é a madame?
Caso se confirmem as (graves) denúncias, as perguntas que ficam são: quem é esta senhora? De onde emanam os seus poderes? Por que as duas servidoras foram exoneradas? E, sobretudo, quem manda, afinal, na saúde municipal?
Estado grave
Quanto mais se agrava o estado de coisas no âmbito da saúde pública em Belém, mais indefensável se torna a defesa de quem nomeia, apoia e chancela esse tipo de gente e, sobretudo, as razões em manter-se um secretário de atuação desastrosa e desidiosa na condução da área mais sensível da gestão municipal.
Desespero e impunidade
Além da fé, o que tem restado a quem procura a saúde pública municipal é o desespero por si ou pelos seus. Afinal, se até a promotoria a quem cabe não dá jeito ou pede o afastamento dos responsáveis por todo este estado de coisas, a quem recorrer? A esperança do voto será somente em 2024, com efeito prático a partir de janeiro de 2025.
O mundo e o nosso quintal
Até lá, a situação só se agrava enquanto o mundo vive duas guerras, a economia do país não cresce e, portanto, não faz diminuir a pobreza. Em Belém, quando o assunto é saúde pública municipal, ninguém sabe para onde se dirigir e a cadeia de comando permanece nas mãos de quem deveria estar cantando em outra freguesia faz tempo. Aliás, não poderia sequer ter sido nomeado.
Triste Belém.