“Nau Belém” à deriva
Ex-integrante da atual gestão Edmilson Rodrigues na
prefeitura de Belém garante a “O Amazônico” que o alcaide não governa de fato a
cidade desde que foi internado, às pressas, após sofrer uma hemorragia
decorrente da Covid-19, e precisou ser operado de emergência, recebendo até
transfusão de sangue.
Riscos
Naquela altura, outubro de 2021, Edmilson Rodrigues foi
impedido pelos médicos de ser transferido para São Paulo, porque corria risco
de morte caso enfrentasse a altitude, ainda que a remoção fosse realizada em
avião tipo “UTI no ar”.
Desafio
Autor das graves denúncias, o ex-dirigente da área da saúde
desafia o gabinete do prefeito a expor reuniões semanais ou mensais entre o
mandatário eleito e o primeiro escalão municipal, ou mesmo despachos de rotina
com esses auxiliares e demais dirigentes.
Déficit de 200 milhões
De acordo com as suas revelações, existe um déficit de cerca
de 18 milhões mensais, quantia que somada pelo período de apenas um ano atinge
a cifra de 216 milhões de reais. Ou seja, basta um mandato eletivo para que o
valor alcance mais de 800 milhões de reais em dívidas do município, só na área
da saúde.
Sefer e Anaisse
Impedido por demanda judicial até outubro de 2022 de assumir
funções públicas, velho conhecido do prefeito eleito, Pedro Anaisse
deixou a gestão de OS do ex-deputado Luiz Sefer para ocupar a chefia da Sesma
em janeiro deste ano, quando foi classificado por Edmilson como o “gestor” que
resolveria o problema do abandono da saúde em Belém, segundo seus assessores,
pelo secretário que saíra, Maurício Bezerra.
Gestor “presente”
Para a fonte de O Amazônico, Pedro Anaisse é um gestor tão
eficiente, que prescinde de conhecer a estrutura a qual chefia e nunca colocou
os pés em uma única unidade de saúde, desde que assumiu a Sesma.
Consultoria milionária
O projeto de “José Serra” paraense é tão safo, revela, que
precisou fazer dispensa de licitação para contratar uma consultoria pela módica
quantia de 1,5 milhão de reais, de modo que pudesse gerir a saúde municipal.
Gargalo
“Todo político adora inaugurar uma UPA, Pronto-Socorro,
unidade, posto e etc. Quem tem experiência mínima na área, sabe que o problema
está na manutenção dos locais. Aí reside o gargalo número um da gestão da saúde
em Belém: insolvência para manter a estrutura criada. Com isso, o déficit
só aumenta e, pior, existem bombas prontas para implodir o sistema”, previne.
Novo PSM
A fonte de O Amazônico revela que o PSM atualmente em
construção pelo governo do estado, na Augusto Montenegro, caso seja municipalizado,
será mais um equipamento que já nascerá insolvente e, pior, cercado por duas
UPAS e unidades de saúde localizadas no seu entorno.
Junta comunista (mas nem tanto)
Tendo a vida salva, desde que deixou o hospital, Edmilson
Rodrigues perdeu o interesse (ou a saúde) para governar, afirma o
ex-colaborador. A partir dali, garante, Belém passou a ser administrada por uma
trinca comandada pela irmã do prefeito, Edilene Rodrigues e os irmãos Aldenor
Jr. e Luiz Araújo.
Ambição e contrapesos
Segundo a fonte de O Amazônico, com efeito, quem manda e
desmanda na capital, sem sequer ter recebido um único voto para tal ou
delegação formal, é a primeira irmã. Os irmãos Araújo representariam, arquivos
vivos que são, uma espécie de contrapeso à ambição considerada sem limites de
Edilene Rodrigues.
Manda-chuva
A irmã de Edmilson, procuradora concursada da PMB e
aboletada no gabinete do prefeito, seria a palavra final em toda e qualquer
decisão ou contenda administrativa, sempre consubstanciada pelo sim de Aldenor
Jr., chefe de gabinete do alcaide, com ou sem a chancela do irmão, o
ex-vereador Luiz Araújo.
Controlador
Oficialmente, Luiz Araujo virou, neste mandato de Edmilson,
o secretário de Controle, Integração e Transparência, mas, para o Psol, a
militância do partido e demais integrantes do governo municipal, ele cumpre a
tarefa de vigiar, bisbilhotar e espalhar intrigas palacianas pela gestão.
Caim e Abel
Segundo a fonte, volta e meia às turras com o irmão, Araújo
transita pela rotina administrativa inquirindo ele próprio ou por meio de
assessores da secretaria criada para ser chamada de sua, aliados e gestores
sobre gastos, pagamentos e contratações. Ocorre que o faz, segundo colegas de gestão e servidores efetivos, muito mais de acordo com seus
interesses político-partidários, do que com o objetivo de zelar pelo orçamento
municipal.
O nome dele é Aldenor
Na rede de intrigas, bisbilhotice e inação em que se
transformou a gestão das “novas ideias”, cabe ao chefe de gabinete o papel de cobrar a
execução das ordens proferidas por Edilene Rodrigues, com as quais aparenta
concordar ou mesmo manipular os interlocutores para que façam de conta que
pareçam tarefas transmitidas pelo prefeito eleito.
Onde está Wally?
Segundo a fonte, o prefeito eleito não governa, tampouco reúne com
auxiliares ou comanda a cidade para a qual foi eleito após duas derrotas
consecutivas, primeiro em 2012, depois nas eleições de 2016.
Junta tudo
Ele simplesmente viveria numa casa que seria da sogra da 1ª
irmã, localizada no bairro do Umarizal, de onde se reuniria somente com a “junta
comunista” mas nem tanto, recusando-se a ouvir qualquer versão sobre a gestão
municipal que não fosse aquela contada pelos três.
Aspones
Quando aparece em alguma ocasião (cada vez mais rara) e
sempre cercado por uma claque escolhida a dedo entre os "DAS", ou por
assessores diretos “convidados" a comparecer, Edmilson o faz para constar
em fotos, publicações oficiais e mitigar os boatos de que padece de alguma
sequela mais grave deixada pela Covid-19. “Ele simplesmente sumiu, desapareceu,
escafedeu-se, como na música da Blitz”, revela.
Fogo amigo
Ainda segundo a fonte, a militância psolista trata a trinca
e Edmilson como traidores e subalternos do governador Helder Barbalho. “Ele
sucumbiu e o desmantelo - para usar um eufemismo -, grassa em todas as áreas,
contratos e serviços. A própria militância psolista rejeita o modus operandi e o racha parece
irreversível. Ocorre que nem o PT o quer de volta”, afirma.
Sequelas
“Ninguém sabe se ele realmente tem sequelas graves do
problema que passou, ou perdeu pura e simplesmente o interesse em governar. Tem
secretário com quem despachou no primeiro semestre de 2021 e nunca mais. São
mais de dois anos sem receber qualquer instrução ou mesmo uma cobrança sua
direta. Toda e qualquer demanda é determinada pela trinca, sobretudo a irmã que
é metida a rica e não gosta de pobre”, arremata.
Decorativo
Edilson Moura, eleito vice-prefeito municipal, é o retrato
acabado da inutilidade de um vice decorativo, que mais parece ter sucumbido à
indiferença com a qual vem sendo tratado e, não fosse o custo ao erário que sua
posição e de sua entourage exercem sobre a máquina municipal, poderia ser
traduzido na figura do “Belo Antonio”. Com a diferença de que tornou-se assaz
dispendioso, dada a sua inação.
Ed aparece
Quando ressurgiu na rua semana passada para gravar um vídeo
no qual avaliaria os estragos do vendaval que varreu Belém, Edmilson Rodrigues
fez parecer que, finalmente, estava à frente da gestão municipal para a qual
tentou retornar três vezes até conseguir, muito graças ao Ibope. Mas isso é
outra história.
A culpa dos outros
Ocorre que a aparição serviu só para que fingisse chefiar
auxiliares, culpar a falta de equipamentos que pudessem ter-lhe prevenido à
intempérie, e enfiar goela abaixo dos desvalidos e atingidos a embromação de
que “as cidades amazônicas deveriam colocar a questão do clima, da natureza, da
sociedade, como o centro das nossas atenções”. Isso sim que é governo “das
novas ideias”…
Agora é o Potoca
O que pouca gente sabe, é que o epíteto pelo qual tem sido
mais reconhecido, "Ed Potoca”, lhe fora colocado pela própria militância,
farta de sentir-se feita de besta pelas promessas e acordos não cumpridos e,
pior, dada a descrença naquilo que tem sido chamado de “devaneios” ou dele
viver numa “realidade paralela”.
AI-5 e outra Junta
O governo do marechal Costa e Silva, o segundo militar a
presidir o Brasil após o golpe militar de 1964, ficou mais conhecido pelas
torturas que promoveu e a assinatura do Ato Institucional nº 5, em 13 de
dezembro de 1968.
Militares
Todavia, pouco mais de três meses após a assinatura do ato,
em março de 1969, o presidente sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que
lhe impediu de continuar governando com mão de ferro. Seu vice civil, Pedro
Aleixo, foi impedido de assumir, dando lugar a uma junta formada por
representantes das três forças militares composta pelos ministros da Marinha,
almirante Augusto Rademaker; do Exército, general Aurélio de Lira Tavares; e da
Aeronáutica, brigadeiro Márcio de Sousa Melo.
Três patetas
Pouco mais de duas décadas após o início do
período militar, o então presidente da Câmara dos Deputados e da Assembleia
Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, chamou aquele triunvirato de “os três
patetas”. O que diria o "Senhor Diretas" se conhecesse trinca
bolivariana, ops, psolista local?