Imagina se fosse entre 2019 e 2022. Sim, “se fosse o Bolsonaro, no governo dele". O dado concreto, como diria Lula, é que um embuste está se descortinando no Ministério da Cultura (MinC) chefiado desde janeiro de 2023 pela cantora Margareth Menezes, indicada para o cargo pela 1ª dama Janja da Silva.
Para além da indicação, em nome do respeito que ainda resta à artista baiana, paremos por aqui sobre os verbos que melhor cabem na relação entre a polêmica petista e a titular do velho MinC de guerra.
No dia 11 de julho deste ano, na sede do Banco da Amazônia (Basa), ocorreu a cerimônia de assinatura de contrato referente aos artistas habilitados após aprovação dos seus respectivos projetos no edital do programa de incentivo cultural “Rouanet Norte 2024”.
O ato contou com a presença da ministra Margareth Menezes e dezenas dos 125 (cento e vinte cinco) amazônicos - mais de 30 dos quais paraenses -, que compunham a lista dos artistas e projetos contemplados, num total de R$24 milhões em patrocínios.
Na oportunidade, coube ao próprio ministério realizar simbolicamente a abertura das contas correntes dos artistas, e fora-lhes afirmado que o cronograma de desembolsos (pagamentos) pelas empresas que optaram pela renúncia fiscal de acordo com as exigências da área, seria definido por elas dentro das regras do programa, ou seja, estabelecidas pelo MInC e/ou o Governo Federal.
Segundo matéria publicada no site oficial da Agência Brasil na data da assinatura, o próprio Basa, o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (CAIXA) e os Correios iriam contribuir com R$6 milhões cada.
Do montante, pelo menos R$2,5 milhões destinados a cada um dos estados amazônicos por meio do incentivo fiscal via quatro estatais.
Onde está o dinheiro?
Como não poderia deixar de ser no mundo petista e dos seus aliados, a cerimônia foi amplamente divulgada pelos canais oficiais da área e governo, redes sociais e imprensa.
“Além de toda a cobertura da mídia (sic), a ministra divulgou a assinatura nas redes sociais dela. Outra que pegou carona, também filmou e propagandeou a cerimônia no Instagram, foi a Úrsula (Vidal), novamente titular da Secult, mas que na época estava afastada, cavando uma vaga de vice por fim mal-sucedida. Agora, que o prazo para desembolso está acabando, procura ambas para tentar resolver e observa como elas nos tratam”, afirma um dos denunciantes.
Proselitismo e deboche
Há três dias, auge do desespero dos até aqui enganados profissionais das artes, a assessoria de comunicação da ministra da Cultura entrou na trend “Em 2024…”, do Instagram, sempre ele, e publicou um carrossel de fotos das razões que fizeram ela ter “muitos mais motivos para sorrir" no ano que finda e, entre elas, da cerimônia de lançamento do "Rouanet Norte". Lamentável.
Jogo de empurra
Atualmente, enquanto dezenas de famílias por trás dos artistas e que deles dependem financeiramente esperam que os contratos assinados sejam cumpridos, o ministério petista alega que não pode interceder nas questões financeiras dos órgãos estatais, ainda que os recursos, segundo o próprio MinC, estivessem no orçamento de cada um deles para execução até o final de 2024.
Aos fatos ou requintes de crueldade
E é aí que repousam as maiores angústias dos até aqui iludidos, enganados e prejudicados, pois, segundo alguns deles (as), caso os depósitos na contas abertas conforme determinação do MinC não sejam feitos até 30 de dezembro deste ano, as chances dos trabalhos de mais de 120 artistas irem por água abaixo, pro beleléu, pros cafundós do Judas, é real e enorme.
Prejuízos, pompa e circunstância
A se confirmar o desrespeito e desonestidade com e o desprestígio da classe artística regional com o MinC, Menezes, Janja e o governo, o estimado leitor e a indignada leitora hão de imaginar o que está por trás de mais esta ignomínia do PT e acólitos com uma categoria que lhe é amplamente favorável e no qual depositava a fé perdida na gestão que lhe antecedeu.
Jatinho, aspones, diárias e etc.
Quanto custou a vinda de Margareth Menezes e sua entourage em 11 de julho passado? Existe exigência de “Relatório de Viagem” para as autoridades federais e assessores que se deslocam pelas asas dos confortáveis jatos da FAB pelos céus do Brasil, bem como para os menos desafortunados que se juntam aos demais passageiros dos voos comerciais?
Vez que a vaca dos artistas tenha ido de fato pro brejo, quem se responsabiliza pelo inócuo e custoso passeio até Belém para a cerimônia até aqui bufa do último verão?
O que diz o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a farra, ops, gastança estéril até a presente data e o risco de calote iminente?
“Dos trinta e três paraenses contemplados, desconhecemos algum que tenha recebido os valores contratados ou muito menos que foram apresentados os objetos que deveriam ser entregues, ainda que muitos tenham iniciado os seus projetos, após a assinatura dos contratos", revela uma das prejudicadas.
Contraditório
O Amazônico se coloca à disposição para esclarecimentos dos citados, ao tempo em que segue na esperança de que a atual situação humilhante se resolva com o cumprimento dos contratos assinados pela mais alta autoridade da área cultural do país.
Afora a insegurança jurídica e a possibilidade de judicialização da questão, cabe a pergunta:
Caso o calote do “Rouanet Norte 2024” se confirme, estes mais de uma centena de trapaceados farão o "L" em 2026?
Se sim, é Síndrome de Estocolmo que chama?
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