Em reportagem publicada neste sábado, 2, no Estadão, Juliana Domingos expõe a crise climática na Amazônia, que está mostrando efeitos irreversíveis, como desertos e deslocamentos forçados.
Um exemplo é Manacaparu, na região metropolitana de Manaus, onde o que antes era floresta e água, agora parece deserto. Pelo segundo ano seguido, a seca extrema encalha barcos e casas flutuantes, agora escoradas só em troncos, na lama e na areia, o que isola comunidades e obriga moradores a percorrerem longos trechos a pé.
A falta de chuva também está por trás da explosão de incêndios no bioma, que fazem explodir a degradação florestal e espalham a fumaça pelo País.
Eventos extremos desse tipo serão cada vez mais frequentes. Estudo da World Weather Attribution, que reúne pesquisadores do mundo todo, mostrou que a crise climática torna 30 vezes mais prováveis secas como a do ano passado na Amazônia. Em 2024, a estiagem já se repetiu.
Segundo relatório da Organização Internacional de Migrações das Nações Unidas, o Brasil registrou 745 mil deslocamentos internos em 2023 por desastres naturais. Para ter segurança de vida nova, porém, os moradores do interior do Amazonas terão de ir mais longe do que a capital.
Créditos da imagem: Greenpeace.