A Conferência entre as Partes (COP) 28, realizada em Dubai no ano de 2023, recebeu cerca de 70 mil pessoas. Já do Azebajão, a 29, em 2024, que precede a Copa 30 de Belém, cerca de 40 mil presentes. Para a COP30, que vai ser realizada em novembro, não se esperam apenas 40 mil pessoas, mas muitas outras responsabilidades e decisões que a Conferência anterior não solucionou.
Na editorial do jornal Estadão, publicada neste domingo, 16, expõe o papel crucial que a COP30 vai exercer, principalmente diante de dois cenários.
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) completa 33 anos em 2025, sendo criada durante a Eco-92, no Rio de Janeiro. A UNFCCC é um acordo que foi firmado com a intenção de conter o aquecimento global e as mudanças climáticas que dele podem advir.
Após mais de três décadas de uma implementação lenta da UNFCCC, a COP30 irá encarar a desmoralização dos países assinantes do tratado. Além disso, o Acordo de Paris completa 10 anos, que enfrenta uma crise devido ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar a saída do país do acordo assim que assumiu o cargo, no início deste ano.
Com duas diretrizes falidas, a Conferência de 2025 precisará recuperar a credibilidade das negociações climáticas, o que já é uma tarefa árdua.
Além disso, segundo o Estadão, a COP30 vai carregar o fardo do que a COP29 não conseguiu resolver: aperfeiçoar o mecanismo de financiamento climático, elaborar os indicadores que vão nortear as adaptações às mudanças climáticas, além de estabelecer metas em conjunto para conter o aquecimento global.
Então, a missão será difícil, e não apenas na recepção do público, mas em todos os âmbitos que envolvem a COP30.
Ainda se planeja transferir a capital do Brasil para Belém durante a COP, assim como foi feito com o Rio de Janeiro, na Eco 92. Como se a responsabilidade já não estivesse esmagadora.
O editorial do Estadão finaliza com o ponto central: receber uma Conferência entre as Partes não é uma festa, pois vem carregado de um peso político, social, climático e ambiental sem precedentes.
É hora de levar a sério a missão, para cumprir com as expectativas não apenas de discussão, mas de implementação de políticas públicas, de metas climáticas e sociais, além de outros aspectos essenciais para o desenvolvimento.