Mudança de meta: a gastança lulista, a alta do dólar, as eleições de 2024 e os drones do Irã em Israel

17/04/2024 11:39
Mudança de meta: a gastança lulista, a alta do dólar, as eleições de 2024 e os drones do Irã em Israel

Definitivamente, alertas e sinais rondam a presidência Lula III.

Isso significa dizer que as coisas vêm sendo muito mais difíceis em 2024 do que foram em 2023, primeiro ano deste terceiro reinado, ops, mandato, do babalorixá petista.

Alertas internos como o aumento da desaprovação em todas as regiões - inclusive no nordeste - dele, Lula, e do seu governo, parecem ser emitidos semanalmente.

E externos, como a manutenção da taxa de juros nos EUA, a crise provocada pelo Hamas contra Israel e a escalada do conflito entre a única democracia do Oriente Médio ante outros dos seus inimigos históricos.

Tudo isso porque, após cerca de seis meses dos ataques de 07 de outubro de 2023, o grande financiador do grupo terrorista, o Irã, promoveu na madrugada local de 14 de abril um ataque direto até então inédito contra os israelenses.

Some-se às agora duas frentes de combate iminente, um possível conflito de Israel contra os libaneses do Hezbollah, espalhados pelas montanhas do Líbano, eles que também são bancados pelo regime teocêntrico e xiita de Teerã.

Resumindo: O Irã possui grandes reservas de petróleo e gás natural. Um movimento beligerante seu tem lastro para alterar preços dessas commodities fundamentais para a economia, infraestrutura, mobilidade, indústria e calefação durante as baixas temperaturas dos invernos na Europa e Ásia. 

Eleições no Brasil e EUA

Se por aqui a revelação da mudança da meta de inflação teve como consequência direta o aumento do dólar e um possível freio de arrumação na diminuição da alíquota da taxa de juros, imagine a tensão se forem somadas às notícias sobre a economia dos nossos irmãos ao norte do continente?

Uma alta, ainda que de um mísero ponto na inflação lá, deu mais gás para o discurso inflamado de Donald Trump, que lidera as pesquisas para voltar à Casa Branca.

Os últimos acontecimentos deram a chance para que o ex presidente e atual candidato se posicionasse novamente aos eleitores contra, tanto a ação do governo Biden na questão do Oriente Médio, quanto no conflito Rússia x Ucrânia.

Afinal, ora bolas, encurralar o atual presidente e fustigá-lo com o discurso de que as coisas vão mal nas contas do país porque os bilhões (ou trilhões) que deveriam ser injetados na economia e em benefício dos trabalhadores locais estão sendo enviados para duas guerras entre outros países e “do outro lado do mundo”, cai direitinho no discurso do populista republicano. 

Brasília ferve

Tudo isso contribuiu para elevar a temperatura política em Brasília esta semana a, talvez, níveis nunca dantes navegados desde janeiro de 2023.

É Arthur Lira ameaçando pauta bomba com instalação de CPIs, Fernando Haddad tendo de explicar a revisão da meta, cuja justificativa até a dona Maria, da quitanda da esquina, está cansada de saber a razão, que é fruto da gastança desenfreada promovida pelo governo petista sob a liderança do atual inquilino do Palácio da Alvorada.

Com efeito, pelo andar da carruagem, Lula não deve esperar moleza para ele, o PT e o PSol nas eleições de outubro.

E Joe Biden, após a agressão iraniana a Israel, prevendo mais um desgaste em sua campanha à reeleição, tenta segurar uma “reação desproporcional” do governo de coalizão formado após o ataque do ano passado, mas que ainda tem à frente o beligerante Benjamin  Netanyahu, “Bibi” para os íntimos.

Mundo em perigo e mais pobre

Com o título de “Eixo do caos”, coluna publicada neste site em novembro do ano passado fazia um trocadilho com “Eixo do Mal”, grupo de países párias que patrocinavam o terrorismo e o ódio ao Ocidente, denominado assim por George W. Bush, o 43º presidente dos EUA (2001-2009), composto entre outros pelo regime dos aiatolás.

Aqui para ler.

Como se observa, o Irã parece querer ser a bola da vez na escalada de tensões que rondam o mundo, o tornando cada vez mais perigoso e inseguro diante de diferentes e nada inocentes posturas de países como a antiga Pérsia.

Que somada à Rússia, China e outros regimes totalitários como a Coréia do Norte, também integrante do eixo do Zezeu, toc toc toc, mangalô três vezes, impactam, com suas ações reprováveis e detestáveis as economias de países ricos, remediados e pobres, prejudicando, como sempre, os mais necessitados e excluídos.

Aiatolá do Irã é inimigo de Israel, do Ocidente e ameaça a paz mundial

Sayyid Ali Hosseini Khamenei, o aiatolá Khamenei, é um dos doze marjas que compõem o “Conselho dos Guardiães” do Irã.

Desde 1989, com a morte do 1º líder supremo, o aiatolá Khomeini, ele comanda o país como seu 2º líder supremo e mão de ferro.

É o chefe de Estado há mais tempo no comando de um país na região conhecida Oriente Médio e “Líder Supremo” do país onde também chefia as forças militares (e paramilitares).

Seu poder interno só encontra paralelo na região se comparado ao do seu mais poderoso inimigo regional, o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud.

Para se ter uma vaga ideia do que pode mandar executar num piscar de olhos, Khamenei controla os poderes executivo, legislativo e judiciário. Imprensa livre?, fala sério…

Em seu vasto repertório de frases infames e hediondas que revelam toda a sua crueldade e sectarismo, já declarou duvidar do Holocausto, entre outras barbaridades cotidianas na sua postura tirânica e medieval.

Potência energética

A República Islâmica do Irã está localizada na Ásia Ocidental e se constitui na segunda maior nação do Oriente Médio.

Com uma população de quase 80 milhões de habitantes, é o décimo sétimo país mais populoso do mundo e uma de suas civilizações mais antigas, com registros de 2,8 mil anos antes de Cristo.

Com assento na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e considerado uma “potência média e regional”, o país possui a quarta maior reserva de todo o petróleo mundial e a segunda de gás natural. Hoje em dia, o Irã ocupa o terceiro lugar como maior produtor do recurso fóssil do planeta.

Ataque

Como se sabe, pela primeira vez em mais de dois séculos e meio, em retaliação a morte do brigadeiro-general Mohammad Reza Zahedi, o país disparou centenas de drones contra Israel.

Ele foi um dos treze atingidos fatalmente na explosão do consulado iraniano em Damasco, na Síria, dia 01 de abril, durante ataque aéreo israelense.

Reza Zahedi era um dos comandantes da Quds, a força iraniana sediada no exterior e parte da elite da Guarda Republicana do país.

Resposta

Enquanto o mundo aguarda como Israel irá reagir ao até então inédito ataque, cujas consequências neste momento são mais geopolíticas e macroeconômicas do que militares, posto que 99% dos drones foram abatidos fora do território israelense, o dólar disparou por aqui.

Sim, sua alta foi ajudada, como já se disse, por outro fator externo, a economia americana.

Ocorre que, como também já se disse, o maior problema interno é o Brasil ter eleito um governo velho em suas ideias, na visão de mundo do presidente e do seu partido, na postura da articulação política desse mesmo governo em sua relação com o Parlamento e, ainda, na perseguição obsessiva aos seus fantasmas do passado, esqueletos e inimigos.

Barroso contra o ódio

Na segunda-feira, 15, o ministro Luis Felipe Salomão (STJ), relator de ação contra a juíza Gabriela Hardt e o atual senador Sergio Moro, entre outros, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pediu o afastamento dela do cargo.

Todavia, um dia depois, ele teve de engolir uma divergência liderada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, anulando sua decisão.

Por 8 votos a 7,o CNJ derrubou-a. Barroso, presidente do Conselho, votou contra o relatório de Salomão e pediu vista da análise do mérito do caso.

Com isso, fica adiada a decisão que pode abrir um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) contra Hardt e Moro.

Ilegítimo, arbitrário e desnecessário

O presidente do STF afirmou que o afastamento dos juízes foi uma decisão "ilegítima, arbitrária e desnecessária".

Segundo ele, o relator não tinha justificativa para punir monocraticamente os magistrados um dia antes de sessão colegiada do CNJ. 

Até as cenas dos próximos capítulos, o mundo permanece sob riscos globais jamais vistos no último meio século.

Enquanto isso em Banânia City, ops, Brasília, a insatisfação cresce, o dólar dispara, a economia segue estagnada, Arthur Lira ameaça e a perseguição não para.

Te cuida, Moro.

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