Após movimentação para início da exploração de petróleo na Margem Equatorial, como O Amazônico noticiou ontem, organizações indígenas, quilombolas e ambientalistas reagiram.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, em nota conjunta, os grupos apontaram contradição na fala de Lula sobre o Brasil precisar do petróleo como solução para a transição energética.
Segundo o comunicado, o posicionamento do governo não leva em consideração os riscos ambientais e climáticos, "perpetuando a exploração e a utilização dos combustíveis fósseis, a maior causa do aquecimento global."
Em nota, Toya Manchineri, coordenador-geral da Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), destacou ameaças relacionadas à exploração de petróleo e também de potássio nas terras indígenas e seus entornos.
"Esses projetos não só ameaçam a vida dos povos originários, mas também causam danos ambientais irreversíveis, destruindo florestas, contaminando rios e comprometendo o futuro das próximas gerações. A luta pelos direitos indígenas e pela preservação da amazônia não pode ser minada por interesses que ignoram a vida e a dignidade dos povos originários."
A Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas) afirmou que a Petrobras estuda a região há, pelo menos, dois anos, mas não consultou os povos que vivem próximo ao local e que temem ser prejudicados pela exploração de petróleo.
Ciro Brito, analista de políticas climáticas do ISA (Instituto Socioambiental), também apontou que a meta de explorar petróleo na Foz do Amazonas gera contradição e preocupação no ano em que o Acordo de Paris celebra uma década, e há a necessidade de abandonar combustíveis fósseis para cumprir metas climáticas.
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