O nome dela é Angelita Habr-Gama. Marajoara de Breves, é filha de libaneses que aportaram no Pará e se mudaram para São Paulo na década de 1940 do século passado.
A Profª Angelita possui a mais admirável carreira profissional entre acadêmicos e médicos paraenses, pelo menos, nas últimas quatro décadas. Um colosso.
Com trajetória de mais de 60 anos na profissão, a ilustre marajoara estudou em escola e universidade públicas.
Mire para onde desejar que você vai encontrar uma mulher com ares de imortal e heroína, dessas que nascem de cem em cem anos, e vinda dos confins da imensidão brasileira.
Ares de imortal porque, com quase 90 primaveras muito bem vividas, vencera grave infecção por Covid-19.
Heroína, pois Médica e Cientista (com maiúsculas), salvou milhares de vidas com essas mãos de fada que ilustram a foto acima.
Isso se deu quer por meio do que aprendera em uma vida de estudos e pesquisas, quer pela sua contribuição científica, na qual já apresentara mais de 260 artigos em revistas indexadas na base de estudos PubMed.
1ª no mundo
No último dia 06, a paraense foi laureada com a Medalha Bigelow. Para ser mais preciso, entre os 34 laureados até então, ela é a primeira médica-cirurgiã a receber a honraria.
A medalha foi instituída há mais de um século (1916), pela honorável Sociedade de Cirurgia de Boston, em Massachusetts, EUA.
Sendo entregue após o “Conselho Científico” daquele estado reconhecer determinado cirurgião cuja trajetória represente uma contribuição de destaque ao progresso científico e ao ensino da cirurgia.
A láurea foi uma conquista e um reconhecimento, mas está longe de ser a primeira, pois a doutora Angelita possui mais de 50 prêmios científicos em todo o mundo, se constituindo em uma das médicas e cientistas mais premiadas do país e maiores referenciais em todo o planeta.
Na sua vasta carreira, novamente em solo americano, ela foi reconhecida pela Universidade de Stanford como “uma das médicas que mais contribuíram para o desenvolvimento da ciência no mundo”.
Breve currículo
A doutora é cirurgiã coloproctologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professora emérita da USP.
Pioneira e destemida, após se graduar e se especializar no Brasil, foi a primeira mulher aceita no St. Mark´s Hospital, em Londres, referência mundial na época em tratamento colorretal.
Watch and Wait
Voltado para pacientes com câncer no cólon e reto, a doutora Angelita desenvolveu um método batizado como “watch and wait”, “observar e esperar".
A contribuição tornou-se reconhecida depois de indicada aos doentes com câncer da porção distal do reto. Submetidos ao método, pacientes ao redor no mundo apresentaram resposta clínica completa após tratamento com radio e quimioterapia.
Nos casos tratados com sucesso após o uso do método da paraense, a operação tornou-se a única opção somente caso não ocorresse o desaparecimento total do tumor ou em caso de nova lesão.
A contaminação por Covid-19
A doutora Angelita foi contaminada por Covid-19 no primeiro ano da pandemia, em 2020. Ficou entubada por quase dois meses. Milagrosamente ou não, ela se recuperou e, logo após a alta hospitalar, retornou às atividades - inclusive cirúrgicas e de pesquisas.
A esta mulher espetacular, a nossa maior admiração.
Uma nota promissora: livros para quem quer ler
Iniciativa do Ministério das Cidades, cujo titular é o paraense Jader Filho, em parceria com a Academia Brasileira de Letras (ABL), as novas unidades do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) terão bibliotecas comunitárias.
O anúncio da novidade no MCMV ocorreu em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, na quarta-feira, 22, durante assinatura da portaria pelo presidente Lula e o ministro Jader Filho, que divulga a seleção das propostas para a “Faixa 1” do programa.
O presidente da ABL, jornalista Merval Pereira, participou da cerimônia, na qual assinou o acordo entre a ABL e o Ministério das Cidades.
O objetivo da parceria, escreveu Merval em sua coluna de O Globo reproduzida em O Liberal, na edição de quinta-feira, 23, é “assessorar o governo na construção de um acervo de títulos literários, provenientes de doações recebidas pela própria ABL e de outros parceiros públicos e privados”
Merval destacou ainda o pronunciamento de Jader Filho, que mensurou o sentido de colocar bibliotecas nas casas populares ir além do estímulo à própria leitura, mas o de indicar a preocupação do Ministério (e do governo) com a inclusão dos moradores na cidadania completa.
Gente repulsiva
A nota aviltante da semana é a publicação em coluna local da viagem para Dubai de 1ª classe na companhia Emirates - uma das mais caras e exclusivas no mundo -, do alcaide Ed Potoca, com vistas a participar da 28ª edição da COP.
Deslumbrados e cínicos
Dada a situação de abandono da capital, a ser verdade a classe da poltrona da viagem do pior prefeito de Belém de todos os tempos, além do deboche e do despautério, a escolha do político é um retrato do deslumbramento que acomete socialistas, pelegos e cretinos uma vez investidos das prerrogativas do poder público constituído. Um mais do mesmo perene.
Perguntar não ofende
A mega hiper super DAS turbinada e primeira senhora Ed Potoca também vai? Se sim, de 1ª classe? Caso a resposta também seja afirmativa, quem pagou? Jamais teria sido uma empresa plenamente em dia com o carnê do Baú, ops, a mesada que desembolsa desde sempre com um socialista meio viajandão que vaga por aí, né?