O Amazônico recebe mais uma série de denúncias sobre caos, desmantelo, apadrinhamento e iniciativas suspeitas na Prefeitura Municipal de Belém (PMB) e na Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).

 Entre elas, até em cárcere privado se fala. Aos fatos:

 Servidores da PMB invadiram, nesta quarta-feira, 03, a Secretaria Municipal de Administração (Semad).

Vídeos exibidos nesta matéria falam por si. Eles mostram revolta, indignação e desespero.

 A manifestação com paralisação de servidores liderados pela vereadora Sílvia Letícia (Psol) cobra o cumprimento de acordos nunca honrados que teriam sido celebrados pelo chefe de Gabinete da Prefeitura de Belém, Aldenor Jr.

 Detalhe: com a invasão e permanência dos servidores, hoje não tem expediente na secretaria.

 “Ficaram quinze companheiros lá dentro. Eles sofreram ameaças de corte de energia e água, mas a retaliação foi cancelada, segundo um dos conflagrados, por receio de acontecer o pior”, revela servidor da Semad. 

 “O pessoal da Semad não deixou entrar comida. Eles falam que não há cárcere privado, mas foram os próprios que passaram corrente e cadeado no portão de entrada. O Aldenor Jr. está fazendo os servidores de besta desde janeiro de 2021, no início do governo”, acusa servidora.

 Outras revelações e descumprimentos do acertado que teriam gerado a crise atual se referem ao aumento concedido para a grande maioria, que teria sido “pífio”, além do atual valor do Vale Alimentação, R$ 340,00, considerado desrespeitoso.

 Transparência, revolta e farra

Enquanto isso, o que gera revolta a todos os trabalhadores são as revelações dispostas no Portal da Transparência da PMB mostrando uma verdadeira “farra” com os recursos da saúde municipal promovida pelo titular da Sesma Pedro Anaisse e a sua Diretoria de Recursos Humanos.

Folha Extra

Denúncias atestam e áudios falam que existe uma ‘Folha Extra’ na secretaria. Só em março, esta “extra” chegou a 8 milhões de reais. Segundo fonte, na época do prefeito Zenaldo Coutinho eram quatro. 

“São plantões ‘distribuídos’ aos integrantes da turma deles; sem contar as regalias constantes na ‘Folha’ normal concedidas aos funcionários da secretaria escolhidos a dedo pela Diretoria de RH. Não se trata dos profissionais da ‘linha de frente’, enfermeiros, médicos, maqueiros, motoristas de ambulâncias", revela, acrescentando:

“Tem uma assessora lotada no RH, queridinha da manda chuva da área que, às 17 horas, de segunda à sexta, vai para casa, ganhando mais de seis mil reais no contracheque, ainda que tenha um DAS baixo. A multiplicação é graças às regalias que recebe, como ‘plantões extras’, ‘extensão de carga horária’, etc e tal, que ‘passam abaixo do radar’.

Segundo os servidores, esta assessora “acaba recebendo mais que diretores de outras secretarias que são, às vezes, até ordenadores de despesas”.

Moedas de trocas

“Plantões extras viraram moedas de trocas, ‘bonificações’ para os escolhidos que jamais cumpriram um único plantão que seja. Todos os penduricalhos desses assessores marajás estão no Portal da Transparência, bem como os vencimentos adubados de cada um que chegam a nove, dez, onze mil reais ”, afirma fonte.

Acrescentando que uma delas tem como mérito maior ser vizinha da mãe do alcaide. Um escárnio.